Depois de muitas tentativas frustradas por sessões lotadas, enfim consegui assistir esse filme. É incrível como está cada vez mais difícil ir ao cinema em São Paulo, tamanha a velocidade com que os ingressos se esgotam. Mas isso fica para uma outra matéria, pois aqui o assunto é O Último Samurai.
A trama é a seguinte: sentindo que seus métodos de guerra estão ultrapassados, o imperador japonês e seus conselheiros sentem a necessidade de modernizar suas técnicas e armamentos, substituindo as táticas de guerra honrada (por mais paradoxal que isso pareça) dos samurais pela guerra covarde das armas de fogo. E quem melhor para ensinar as artimanhas da guerra covarde do que os norte-americanos?
Sabendo disso (até no século XIX o mundo inteiro já sabia da covardia dos americanos ), um dos conselheiros do imperador parte para os EUA com o intuito de contratar o herói de guerra Nathan Algren (Tom Cruise) para ensinar os japoneses a manusear armas de fogo.
O treinamento é iniciado mas, antes que os soldados estivessem prontos para a carnificina, já são incumbidos de uma missão: eliminar o rebelde Katsumoto (Ken Watanabe), um verdadeiro herói para os japoneses e líder do último grupo de samurais. Previsivelmente, o exército do americano é dizimado. Algren, capturado por Katsumoto, é levado para a aldeia do rebelde, onde vai entrar em contato com a cultura e a filosofia dos samurais.
Para falar a verdade, a estória é uma sucessão interminável de clichês. Qualquer pessoa que ler esta resenha até aqui já vai fazer uma idéia do que acontece nas mais de duas horas restantes (o filme tem duas horas e meia). O diferencial é como esses clichês são apresentados. A trama é desenvolvida com tamanha habilidade que não dá para não simpatizar com Katsumoto e sua causa. Os diálogos e as lutas são emocionantes, tornando simplesmente impossível não ficar com um nó na garganta quando a batalha final vai chegando ao clímax.
O Último Samurai é um filme belíssimo, com um destaque especial para a trilha sonora e para a fantástica atuação de Ken Watanabe (merecidamente indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante). A estória você já viu, mas devido à forma como ela é contada, vale a pena ver de novo. E como.